O
duende da ponte
(Texto
adaptado do livro “O duende da ponte” de Patricia Rae Wolff,
incorporando poemas de alunos baseados nos direitos humanos.)
Personagens:
Duende
Garoto
Amigo
Mãe
Crianças
Declamadores
Ouve-se
o despertador.
MÃE:(
Dentro da casa ): Acorda, filho! Hora de ir pra escola!...
GAROTO:
Não quero mãe! É chato!
MÂE:
Chato é ser burro! Café tá na mesa!
GAROTO:
Tá bom!
MÃE:
Escovar os dentes! Esqueceu nada?
AMIGO:
( De fora ) Ohh!! Vamos logo!
GAROTO:
(Saindo da casa ) Xau, mãe!
MÂE:
Tenha um bom dia! E cuidado com o Duende.
GAROTO:
Tá mãe...
Chegando
na ponte.
DUENDE:
(Saltando na frente dos garotos e rosnando) Esta ponte é
minha!!!!
GAROTO:
Mas eu preciso atravessar a ponte para ir à escola!
DUENDE:
Pra que?
GAROTO:
Pra ficar inteligente...
DUENDE:
Isso não é uma boa razão!
GAROTO:
Eu tenho que ir à escola porque minha mãe mandou.
DUENDE:
Ah!! ESSA é uma boa razão. (Impedindo os garotos) Epa! Epa! Epa!
Essa ponte é minha e tem pedágio. Você vai ter que pagar um real
para atravessá-la!
GAROTO:
Mas eu não tenho nenhum real...
DUENDE:Então
não pode atravessar...
GAROTO:
Não tenho dinheiro,mas tenho uma coisa DOCE!!
DUENDE:
Oba! Adoro doces! Se eu gostar, vocês podem atravessar.
Menina
declama um poema. O duende se distrai e as crianças atravessam
cantando.
Tem
pessoas que não tem lar,
moram
lá na praça.
No
céu, a nuvem espia
Esse
monte de pessoas
como
se fossem jornal.
Pessoa
tem que ter um lar,
um
chão,
um
sapato, roupas,
uma
vida,
para
no fim do dia
descansar,
com
carinho, com alegria
que
a vida é o lar das ideias.
(Sem
lar, Carla Samira Lopes)
Na
volta da aula o duende espera o garoto.
DUENDE:
Minha mãe mora debaixo desta ponte também. Ela ouviu o que você
falou e disse que você me enganou. Ela disse que o doce tão doce
que você prometeu não é o doce de dar água na boca...
O
garoto sorri e as crianças passam cantando.
No
outro dia... Ouve-se o despertador.
MÃE:(
Dentro da casa ): Acorda, filho! Hora de ir pra escola!...
GAROTO:
Não quero mãe! É chato!
MÂE:
Chato é ser bocó! Café tá na mesa!
GAROTO:
Tá bom!
MÃE:
Escovar os dentes! Lembrou da tarefa?
AMIGO:
( De fora ) Ohh!! Vamos logo!
GAROTO:
(Saindo da casa ) Xau, mãe!
MÂE:
Tenha um bom dia! E cuidado com o Duende.
GAROTO:
Tá mãe...
Chegando
na ponte.
DUENDE:
(Saltando na frente dos garotos e rosnando) Esta ponte é
minha!!!!
GAROTO:
( Falando consigo mesmo) De novo, não! ( Alto) Mas eu
preciso atravessar a ponte para ir à escola!
DUENDE:
Pra que?
GAROTO:
Pra ficar inteligente...
DUENDE:
Isso não é uma boa razão!
GAROTO:
Eu tenho que ir à escola porque minha mãe mandou.
DUENDE:
Ah!! ESSA é uma boa razão. (Impedindo os garotos) Parado aí!
Essa ponte é minha e tem pedágio. Você vai ter que pagar um real
para atravessá-la!
GAROTO:
Mas eu não tenho nenhum real...
DUENDE:Então
não pode atravessar... Mas hoje eu é que faço o pedido! Eu
quero... Eu quero... O sonho do Seu João!...Ahh... (Fecha os
olhos, imaginando)
GAROTO:Ótimo!
Esse SONHO é o que todos querem!
Menino
declama um poema. O duende se distrai e as crianças atravessam
cantando.
Tem
pessoas
que
querem ter casa,
mas
não tem dinheiro
para
comprar.
No
céu, o sol derrete
esse
monte de gente
querendo
um lugar
para
morar.
Gente
tem que ter
um
lugar
para
se proteger,
ficar
mais tranquilo e relaxar.
E
ao nascer do dia
ficar
melhor.
(Quero
uma casa, Kauan Ferreira da Silva)
Na
volta da aula o duende espera o garoto.
DUENDE:
Minha mãe disse que você me enganou de novo . Que a delícia
deliciosa desse SONHO não é a delícia de lambuzar os beiços ...
GAROTO:
É.. pode ser!
E
as crianças passam cantando.
No
terceiro dia... Ouve-se o despertador.
MÃE:(
Dentro da casa ): Acorda, filho! Hora de ir pra escola!...
GAROTO:
Não quero mãe! É chato!
MÂE:
Chato é ser tosco! Café tá na mesa!
GAROTO:
Tá bom!
MÃE:
Escovar os dentes! E obedece a professora!
AMIGO:
( De fora ) Ohh!! Vamos logo!
GAROTO:
(Saindo da casa ) Xau, mãe!
MÂE:
Tenha um bom dia! E cuidado com o Duende.
GAROTO:
Tá mãe...
Chegando
na ponte.
DUENDE:
(Saltando na frente dos garotos e rosnando) Esta ponte é
minha!!!!
GAROTO:
( Respirando fundo )
Mas-eu-preciso-atravessar-a-ponte-para-ir-à-escola-pra-ficar-inteligente-e-porque-
minha -mãe- mandou.
DUENDE:
Ah é! Agora me lembro. (Impedindo os garotos) Espere! Essa
ponte é minha e tem pedágio. Você vai ter que pagar um real para
atravessá-la!
GAROTO:
Mas eu não tenho nenhum real...
DUENDE:
E nem mais um doce! Não quero mais nadinha de doces. Quero uma coisa
que brilha, é dourada... sacou?!
GAROTO:
Ah, sim!... Tanto que você não consegue nem imaginar...
DUENDE:
Sério! Vou até me sentir uma estrela!! E você (Olhando com
desdém) pode até passar!..
Menina
declama um poema. O duende se distrai e as crianças atravessam
cantando.
Estrelinha,
estrelinha
brilha
no luar
Roda,
roda
sem
parar.
A
lua começa a brilhar,
brilha
a estrela cadente.
Não
contem para ninguém.
Ela
brilha muito,é a nossa amiga.
A
lua se foi,
o
sol está vindo...
A
lua espera anoitecer.
Anoiteceu.
Fiquei
alegre.
Está
chegando a hora
de
parar a lua.
Já
está na hora
de
se por o sol.
Não
chore!
Depois
vai ser a nossa vez.
(Estrelinha
Brilhante, Daphine Raíssa dos Santos Moreira)
Na
volta da aula o duende espera o garoto.
DUENDE:
Minha mãe disse que você me enganou mais uma vez!
GAROTO:
Hum!..Talvez...
DUENDE:
Sabe o que mais a minha mãe falou?
GAROTO:
O quê?
DUENDE:
Ela disse que amanhã eu tenho que ir para a escola com você pra
ficar mais esperto...
GAROTO:(balançando
a cabeça, em pensamento) Ir para a escola todo dia com esse duende
horroroso e fedido?! Blahh! Bom, pelo menos não terei que ficar
pagando pedágio todos os dias. E vai que ele aprende a tomar
banho!...
Menino
declama o poema.
Tem
gente que não tem escola,
não
tem a magia
de
ler
escrever.
No
céu as estrelas choram
por
essas pessoas
sem
direção
sem
escolha.
Gente
tem que saber ler;
ler
o livro,
ler
o céu,
a
receita, o mundo,
o
rosto amigo.
Escolher
a direção certa
escolher
o amor;
ser
feliz!
(Gildo
José Heerdt)
Todos
voltam cantando a música “Direitos e Deveres” de Toquinho.
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